A meteor falls by the sea
2019, Kortrijk
"(…)O Homem não pesca neste mar há 100 anos, e podemos ver porquê. As amostras de seres marinhos que insistimos em recolher em nada se comparam aos antigos; a doença e a mutação estão destinadas aos que sobreviveram à poluição. A raça humana está ela mesma destinada a sofrer as consequências dos erros do passado e há pouco que possamos fazer, se não evitar a contaminação a todo o custo(…) Também as fábricas pararam a produção depois da última revolução ambiental. Demoraremos muitas gerações para ultrapassar a situação, se as tivermos.(…)
(…) encontrámos hoje um objeto que demoramos a descrever rigorosamente (…) o resultado de uma rara colisão de um meteoro na costa Oeste, à beira-mar. O material rochoso, que identificamos como forma de impactite, distingue-se das outras formas descobertas anteriormente pela constituição do aglomerado de materiais que se fundiu no momento de colisão - a quantidade de material plástico trazido pela corrente marítima é de tal forma abundante no areal, que a temperatura o fez aglomerar com a rocha e a areia em si. (…) Concluímos que se trata de um novo material, o resultado que chamaremos de Impactite Polímera."
Excerto do Relatório de Exploração Costeira no Território Oeste do Continente Europeu, Comissão Cientifica das Nações Unidas, 2060.
A produção de plástico começou na segunda metade do século XX, e estima-se que entre 2010 e 2016 apenas, 8 milhões de toneladas de plástico foram anualmente lançadas ao mar. Ilhas de lixo do tamanhos de países começam a ser formadas nos oceanos e poucas medidas concretas são criadas para regularizar a sua produção. Tendo em conta o tempo médio de deterioração dos plásticos mais abundantes, 450 anos para sacos de plástico desaparecerem, ou 1 000 000 de anos para o poliestireno… Mesmo na eventualidade da pararmos a sua produção hoje, quantos anos mais teremos para inverter o problema? A intenção é a de provocar a discussão sobre a quantidade de macro e micro plásticos que existe atualmente, nomeadamente no mar e consequentemente nas praias, e a que irá existir nos próximos séculos se a "rota de colisão" para esta crise ambiental não se alterar.
""(...) Man does not feed Himself in this sea for 20 years now, and it easy to understand why. The samples we insist on collecting are notably a proof of the environmental path chosen by humanity; disease and mutation are destined for the ones who survived the pollution, as human life as we once knew, is no more without the consequences of past negligence and there is little we can do now, if not to avoid direct contamination at all cost (...) today we have found an artefact that was hard to describe at first... the result of a rare collision of a meteor by the seashore - this rocky material wish we identified as a form of Impactite, distinguish itself from the other previously found examples, for the presence in great numbers of polymers pieces, washed by the sea currents and agglomerated in the material cluster created upon the sand collision. We concluded that is was a newly discovered material, which we call Polymer Impactite."
Excerpt from the Coastal Exploration Report in the Western Territory of the European Continent, United Nations Scientific Commission, 2060.
Plastic production started in the second half of the 20th century, and it is estimated that between 2010 and 2016 alone, 8 million tons of plastic were annually thrown into the sea. Islands of garbage the size of countries are beginning to form in the oceans and few concrete measures are created to regularize their production. Taking into account the average time of deterioration of the most abundant plastics, 450 years for plastic bags to disappear, or 1 000 000 years for polystyrene… Even in the event that we stop production today, how many more years will we have to reverse the problem? The intention is to provoke a discussion about the amount of macro and microplastics that currently exists, namely in the sea and consequently on the beaches, and that which will exist in the coming centuries if the "collision course" for this environmental crisis does not change.